A primeira parte do 13º salário - depositada no último dia 28 para a maioria dos trabalhadores - é motivo de euforia para os setores de comércio, indústria e serviços: é a época propícia para lançar mão de promoções para desovar estoques e abastecer lojas de novos produtos. Pensando nisso, diversos setores estão em plena promoção e com as concessionárias e lojas multimarcas de veículos em Cabo Frio não é diferente.
Entrada facilitada com primeiro pagamento depois do Carnaval, entrada parcelada, descontos de pai para filho na compra à vista. Vale tudo para conquistar o consumidor que está pretendendo trocar ou comprar carro novo.
Na Kia Koremac de Cabo Frio, por exemplo, aposta principalmente no carro-chefe da casa: o Sportage. A versão 2015 já está na loja e está custando, em média, entre R$ 94 mil (versão básica) e R$ 118 mil (versão top). O modelo de anos anteriores, seminovos, saem a partir de R$ 24 mil. Mas, para quem não pode investir tanto, o Picanto - modelo popular da marca - pode ser uma opção mais acessível e custa em torno de R$ 44,5 mil (modelo 2015). A versão seminova pode ser encontrada a partir de R$ 17,5 mil. As formas de pagamento são variadas e vale dar uma ida até o local e conversar com um dos vendedores. "Tem muita promoção boa e é uma época positiva para investir em um carro novo", disse Rogério, vendedor da concessionária.
Nas lojas multimarcas - que revendem seminovos e usados - as opções são a perder de vista. Só na Avenida Joaquim Nogueira, no bairro São Cristóvão, em Cabo Frio - local que reúne grande número de revendedoras -, o consumidor também vai encontrar dezenas de lojas com promoções e formas de pagamento. Lá, o consumidor encontra carros desde R$ 4 mil até os seminovos mais caros, acima de R$ 90 mil. Algumas também investem mais pesado e dão descontos maiores nos pagamentos à vista que incluem de tanque cheio a pagamento do IPVA (Imposto sobre Pagamento de Veículos Automotores).
Aumento nas vendas pode chegar a 20%
Em uma dessas revendas multimarcas da cidade, as vendas aumentaram 20% este mês, se comparadas aos meses anteriores. A expectativa do proprietário, Ricardo Moreira, é que o crescimento chegue a 30% no resultado de novembro e permaneça neste mês. "Temos muito produto no mercado para pouco comprador. A injeção do 13º salário é a melhor temporada para o setor. É sempre no fim de ano que as pessoas querem trocar o carro e, se vendermos bem, vamos fechar o ano com crescimento".
Em outra loja cabo-friense, o movimento aumentou e as vendas e o faturamento cresceram 10% nos últimos seis meses. Segundo o gerente da revenda, Moisés de Souza, a expectativa é que este mês seja ainda melhor. "Estou bastante otimista", completou Moisés. Na loja, segundo ele, entre os modelos mais procurados estão os carros populares como Pálio, da Fiat e Gol, da Volkswagen.
Para cada carro zero vendido outros três seminovos são negociados, diz Fenauto
Para cada carro zero quilômetro vendido, outros três seminovos são comercializados no país. A diferença no desempenho pode ser explicada por diversas razões, como restrição de crédito das instituições financeiras, aumento de preços dos carros novos devido à obrigatoriedade de inclusão de airbags e freios ABS e a baixa confiança do consumidor na economia, que apresenta juros e inflação mais altos. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), no primeiro semestre, a venda de seminovos cresceu 4,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa é que o crescimento chegue à casa dos 6% no fechamento do ano, diferentemente do que ocorre com os carros zero quilômetro, que devem ter estagnação ou até mesmo queda nas vendas frente a 2013.
"Nos últimos dois anos, o mercado de seminovos voltou a crescer e ganha cada vez mais força entre os consumidores, que preferem desembolsar menos e ter um carro mais completo", afirma Eduardo Ribeiro dos Santos, diretor-geral da Matel, empresa especializada em organizar feirões de veículos em todo o Brasil. Ainda segundo Eduardo, enquanto a indústria era incentivada com a redução de IPI, por exemplo, e a linha de crédito estava mais acessível, era vendido 1,2 carro seminovo a cada zero, fazendo com que os estoques de usados ficassem altos, desvalorizando o produto.
Entre as razões que favorecem o mercado de seminovos, está a facilidade de aprovação do crédito para compra de carros usados, uma vez que os bancos aumentaram os índices de aprovação desse tipo de financiamento, ao contrário do que ocorre com empréstimo para aquisição de novos. Eduardo explica que hoje, das transações realizadas no mercado automotivo, são financiadas 70% das vendas de novos e 30% dos seminovos.
